Agora faz mais sentido o canto dos pássaros, a tua voz, o teu sorriso, o teu olhar. Agora faz mais sentido estarmos nesta praia, descalços, o vento a laminar a pele presa a ti. Agora faz mais sentido a nossa esperança, o desejo ardente de te ter e as sombras que a lua desenha no espaço. Agora faz mais sentido a tua mão e a minha sobrepostas e a terrível necessidade de te dizer. Que o amor subsiste. Como os raios de sol nesta manhã infinita. Nesta manhã nossa como outrora.
quinta-feira, 31 de maio de 2012
Nós somos. Existimos.
NÓS SOMOS
Como uma pequena lâmpada subsiste
e marcha no vento, nestes dias,
na vereda das noites, sob as pálpebras do tempo.
Caminhamos, um país sussurra,
dificilmente nas calçadas, nos quartos,
um país puro existe, homens escuros,
uma sede que arfa, uma cor que desponta no muro,
uma terra existe nesta terra,
nós somos, existimos
Como uma pequena gota às vezes no vazio,
como alguém só no mar, caminhando esquecidos,
na miséria dos dias, nos degraus desconjuntados,
subsiste uma palavra, uma sílaba de vento,
uma pálida lâmpada ao fundo do corredor,
uma frescura de nada, nos cabelos nos olhos,
uma voz num portal e a manhã é de sol,
nós somos, existimos.
Uma pequena ponte, uma lâmpada, um punho,
uma carta que segue, um bom dia que chega,
hoje, amanhã, ainda, a vida continua,
no silêncio, nas ruas, nos quartos, dia a dia,
nas mãos que se dão, nos punhos torturados,
nas frontes que persistem,
nós somos,
existimos.
António Ramos Rosa
Como uma pequena lâmpada subsiste
e marcha no vento, nestes dias,
na vereda das noites, sob as pálpebras do tempo.
Caminhamos, um país sussurra,
dificilmente nas calçadas, nos quartos,
um país puro existe, homens escuros,
uma sede que arfa, uma cor que desponta no muro,
uma terra existe nesta terra,
nós somos, existimos
Como uma pequena gota às vezes no vazio,
como alguém só no mar, caminhando esquecidos,
na miséria dos dias, nos degraus desconjuntados,
subsiste uma palavra, uma sílaba de vento,
uma pálida lâmpada ao fundo do corredor,
uma frescura de nada, nos cabelos nos olhos,
uma voz num portal e a manhã é de sol,
nós somos, existimos.
Uma pequena ponte, uma lâmpada, um punho,
uma carta que segue, um bom dia que chega,
hoje, amanhã, ainda, a vida continua,
no silêncio, nas ruas, nos quartos, dia a dia,
nas mãos que se dão, nos punhos torturados,
nas frontes que persistem,
nós somos,
existimos.
segunda-feira, 28 de maio de 2012
quarta-feira, 2 de maio de 2012
...
A verdade é que não tenho tido muito tempo de aqui vir.
Escrever ou pensar sequer o que escrever também enfastia. A vida tem-se vivido
entretanto aos atropelos, sempre a correr. Sempre a correr. Mas é necessário
sempre aqui regressar, pelos caminhos do costume. Sempre confiante, sobretudo
pelo futuro que há-de vir, pelas descobertas do presente. É necessário aqui
vir. Como é necessário voltar ao que somos.
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